12 de dez. de 2011

Nos passos de Jesus - 2° parte.

Quando aconteceu o referido no segundo versículo de Gênesis, já havia decorrido milhões e milhões de anos e, nesse ínterim, a queda de lúcifer (e aqui fazemos questão de escrever seu nome com letra minúscula, pois ele não tem dignidade nenhuma para o fazermos de outra forma), que Ezequiel descreve com muita propriedade:





"Veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Filho do homem, levanta uma lamentação contra o rei de Tiro e dize-lhe: Assim diz o Senhor Deus: Tu és o sinete da perfeição, cheio de sabedoria e formosura. Estavas no Éden, jardim de Deus; de todas as pedras preciosas te cobrias: o sárdio, o topázio, o diamante, o berilo, o ônix, o jaspe a safira, o carbúnculo e a esmeralda; de ouro se te fizeram os engastes e os ornamentos; no dia em que foste criado, foram eles preparados.Tu eras querubim da guarda ungido, e te estabeleci; permanecias no monte santo de Deus, no brilho das pedras andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado até que se achou iniquidade em ti. Na multiplicação do teu comércio, se encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que te lançarei, profanado, fora do monte de Deus e te farei perecer, ó querubim da guarda, em meio ao brilho das pedras. Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; lancei-te por terra, diante dos reis te pus, para que te contemplem. Pela multidão das tuas iniquidades, pela injustiça do teu comércio, profanaste os teus santuários; eu, pois, fiz sair do meio de ti fogo, que te consumiu, e te reduzi a cinzas sobre a terra, aos olhos de todos os que te contemplam. Todos os que te conhecem entre os povos estão espantados de ti; vens a ser objeto de espanto e jamais subsistirás."  Ezequiel 28.11-19


Todo esse episódio da queda de lúcifer (que significa "cheio de luz") se passou entre os dois primeiros versículos de Gênesis e tal qual o profeta Ezequiel descreve. Ele foi lançado por terra, fazendo assim criar nesse planeta o caos total, isto é, sem forma e vazio.


Note o leitor que, no segundo versículo, Moisés não faz alusão aos céus de que fosses sem forma e vazios, mas somente à Terra; isso porque dos céus havia sido arrancado e expulso o querubim profano e também todos os seus seguidores, os quais se tornaram o diabo (aquele que separa) e seus demônios. Daí a razão pela qual os céus continuaram conforme foram criados e apenas a Terra foi transformada.


O mesmo acontecido à Terra sucedeu também ao homem.
A Bíblia assim descreve a sua criação:
"Também disse Deus; Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra.Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou." Gênesis 1.26,27
"Então, formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente." Gênesis 2.7
Assim como a Terra foi criada perfeita, também o homem o foi, pois Adão não tinha um olho só e muito menos sofria de qualquer tipo de enfermidade. Não! Ele foi criado à imagem e semelhança do Altíssimo e perfeito era em todos os sentidos. Assim como satanás (a palavra significa em hebraico "inimigo") penetrou na Terra e a tornou sem forma e vazia, também penetrou na vida de Adão e Eva. Sutilmente os envolveu de tal forma, que eles deixaram de dar ouvidos à Palavra de Deus para ouvir satanás. Começou, então, a grande tragédia da humanidade, o seu caos e vazio porque, deixando o homem de se submeter a Deus, ficou subordinado a satanás.


Ora, Deus é luz, ordem e disciplina, e com Ele não podem habitar o erro, o pecado e as trevas. Por isso mesmo, Ele foi obrigado a fazer com o homem o que fizera com lúcifer; expulsou-o da Sua presença.


A natureza colaborava com o homem até então, pois este não precisava suar para tirar o fruto da terra; pelo contrário, a terra gentilmente produzia todo o seu sustento, porque ele e a terra eram irmãos pela criação divina. Houve, então, revolta de sua parte para com o homem, pois este se rebelara contra o seu Criador. Hoje vemos quanto o homem luta para extrair da terra o seu pão de cada dia; muitas vezes sem nenhum sucesso, sendo por isso mesmo, tragado pela fome, miséria e desgraça.


Impotente, exteriormente religioso, científico, culto, elegante, o mundo está dominado pelos princípios satânicos. Sob sua enganosa aparência exterior é uma caldeira fervente de ambições nacionais e internacionais, rivalidades comerciais, lágrimas escondidas atrás de um sorriso. Satanás e sua hierarquia de seres espirituais da maldade (Daniel 10.13; Efésios 6.12) são os agentes invisíveis e a causa real da sede de poder e inteligência maléfica dos ditadores e de todos aqueles que buscam e usam seu poder terreno para o mal. Estes tais são os dirigentes visíveis. As guerras e os conflitos periódicos, produzindo morte, derramamento de sangue inocente e extrema violência, são os acompanhantes indispensáveis.


Na categoria da organização satânica, satanás exerce domínio sobre os espíritos caídos que o seguiram em sua rebelião original. Sua autoridade é, sem dúvida, um atributo a ele delegado pelos seus servos. Esses espíritos, havendo decidido seguir satanás, em vez de permanecerem leais ao seu Criador, foram confirmados irremediavelmente na maldade e abandonados no erro. Assim sendo, estão em completo acordo com seu príncipe e lhe rendem voluntário serviço em seus diferentes encargos e posições, num reino altamente organizado (Mateus 12.25). Sua decisão inicial os ligou para sempre a seu programa de engano e à sua inevitável condenação.


Ainda que o conhecimento de satanás seja agudo e sobrenatural, não é um conhecimento santo e salvador. Seus demônios crêem e estremecem (Tiago 2.19), mas sendo confirmados na maldade, nunca buscam perdão e pureza. Têm um profundo conhecimento de que Jesus é o Senhor do mundo espiritual, mas sua confissão não envolve uma confiança salvadora ou uma submissão voluntária. Eles respeitam Cristo (Marcos 3.11), mas esse respeito não vem do amor pela santa comunhão, e sim da mera inclinação de uma vontade inferior a uma superior, em ódio e ressentimento.


Os atos dos endemoniados indicam que os demônios os possuem, em alguns casos, com propósitos de gratificação sensual, usando todo o tipo de impurezas. Isso pode explicar o desejo dos possuídos de viver em estado de nudez, ter pensamentos licenciosos (Lucas 8.27) e frequentar lugares impuros, à semelhança de tumbas.


A natureza viciosa e vil dos demônios se demostrou no desejo que tiveram de entrar nos porcos (Marcos 5.12) e em sua atividade na proclamação do amor livre (1 Timóteo 4.3), com a destruição moral de uma sociedade ordenada.


Ao lado de sua inteligência sobre-humana e de sua moral viciosa, os demônios possuem uma força assombrosa. Têm poder sobre o corpo humano para causar:
  • Mudez (Mateus 9.32,33);
  • Cegueira (Mateus 12.22);
  • Demência (Lucas 8.26-36);
  • Manias suicidas (Marcos 9.22);
  • Males físicos (Marcos 9.18);
  • e as mais variadas deformidades físicas (Lucas 13.11-17).
Não há razão para supormos que o diabo e seus anjos tenham deixado de agir na atualidade , tal qual nos dias dos apóstolos.


O apóstolo João escreveu que "... o mundo inteiro jaz no maligno" (1 João 5.19). No texto original encontramos a idéia de que "todo o mundo jaz adormecido no sono do maligno". Satanás, conforme foi indicado pelo Senhor Jesus Cristo, age tal qual um pai para os que lhe pertencem; porém um pai destituído de misericórdia (João 8:44). Semelhantemente, satanás é reconhecido como rei e deus deste século. Seu reino é o das trevas e da morte (Hebreus 2.14; Judas 1.9); um reino espiritual, maligno, que opera nos filhos da desobediência, cegando os olhos do entendimento, para que não compreendam a verdade da salvação que há em Cristo Jesus (Efésios 2.2,3; 2 Coríntios 4.3,4; 1 João 3.10; João 12.31; 14.30; Atos 26.18).


O diabo continua exercendo sobre os incrédulos o mesmo domínio ao qual Adão se entregou quando pecou. O pecado do homem e o domínio satânico sobre ele estão dessa forma unidos, estreitamente relacionados entre si (1 João 3.8).


A incredulidade, com seu terrível castigo da condenação eterna (Marcos 16.16), é o resultado da obra perniciosa de satanás no homem (Efésios 2.1,2; 2 Coríntios 4.4; Mateus 13.25). Todos os quantos recusam crer no Evangelho agem por instigação satânica, que os retem em seu poder (Atos 26.18; Colossenses 1.13). A própria negação da existência pessoal de um demônio é consequência da operação do diabo no coração do homem ( 2 Coríntios 11.14).

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